Ela é desconhecida da maioria
A fome oculta é a carência de um ou mais micronutrientes – ou seja, as vitaminas e os minerais que participam de ações essenciais para o organismo, como a produção de enzimas e hormônios e a proteção contra os radicais livres. Ela atinge uma a cada quatro pessoas no mundo. Mesmo assim, mais de 80% dos brasileiros preocupados em levar uma vida saudável não fazem ideia do que seja fome oculta, segundo levantamento da área de Pesquisa e Inteligência de Mercado da Editora Abril feito com 1 190 homens e mulheres acima de 25 anos.
Ela é democrática
A fome oculta não enxerga cor, raça, gênero ou classe social. Não ataca somente pessoas que não têm acesso fácil a alimentos. Também afeta quem teria condições financeiras de se alimentar bem, mas acaba comendo mal por outras razões, como a rotina atribulada ou a aderência a modismos alimentares, como achar que dietas altamente restritivas são sinônimo de saúde. E nem sempre salva a pele de quem é bom de garfo. Afinal, comer muito não significa ser bem nutrido. A síndrome está mais ligada à qualidade da dieta do que às quantidades ingeridas. “A fome oculta é comum em quem exagera no consumo de produtos industrializados, que possuem sabor agradável, mas não têm boa qualidade nutricional”, alerta o endocrinologista Mario Carra, ex-presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso). Ricos em farinha, açúcar refinado e gordura, eles são pobres nos nutrientes de que o organismo precisa para funcionar direito.
Ela é sorrateira
Os sinais só costumam aparecer quando o corpo já está fragilizado. A fome oculta pode acarretar cansaço, sonolência, dificuldade de concentração, instabilidade de humor e queda e de imunidade. Tudo vai depender do nutriente em baixa. Por exemplo, a fadiga pode ser decorrente da falta de vitamina B12 ou de ferro, que predispõe à anemia. Já a ingestão insuficiente de potássio, cálcio ou magnésio pode ocasionar câimbras frequentes. Se as falhas não forem corrigidas, o impacto sobre a saúde poderá ser cada vez maior.
Ela pode ser prevenida
Suplementos vitamínicos podem ser usados para obter resultados em curto prazo. Mas a principal arma contra a fome oculta é a alimentação equilibrada. Na pesquisa da Abril, a maioria demonstrou consciência de que uma dieta saudável é fundamental. Porém, muitos admitiram que nem sempre conseguem comer o que deveriam – 45% gostariam de ingerir mais frutas; 44%, mais alimentos integrais; e 40%, mais verduras e legumes. Dicas práticas ajudam a ganhar a batalha. O prato deve ser colorido, um sinal de variedade de vitaminas e minerais. Abuse de frutas, verduras e legumes. Acrescente uma proteína (carne magra, frango, peixe, leite, ovo, queijo, feijão), um carboidrato integral (arroz) e um pouco de gordura saudável (azeite). Consumir frutas e legumes com casca garante maior aporte de micronutrientes. Produtos enriquecidos com cálcio e outros minerais podem ser úteis. Mais: prefira alimentos in natura a processados e evite trocar comida caseira por fast food ou semiprontos, aponta o Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde.
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